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[Análise] Final Fantasy Tactics: The War of the Lions

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Mensagem por Hickmorais Sex 18 Abr 2008, 17:26

Distribuidor: Square Enix
Programador: Square Enix
Categoria: Estratégia/RPG
Data da Análise: 26/10/2007
Autor: Tiago Marinho - Outer Space

Final Fantasy Tactics foi lançado para o PSX pouco depois de Final Fantasy VII, e permanece como um dos títulos mais lembrados da série, especialmente porque surpreendeu os jogadores ao se desviar do estilo RPG japonês para seguir o gênero de estratégia em turnos, no melhor estilo de Ogre Tactics. De tão clássico, seu mundo (Ivalice) foi também o palco do recente Final Fantasy XII e de muitas de suas continuações e spin-offs, além de ter originado o FFT Advance para GBA e FFT A2, que será lançado para Nintendo DS ainda este ano.

Zodiac Brave Story


Com este título se iniciava uma das mais belas e complexas tramas de Final Fantasy, uma que misturava política, manipulações, guerras e uma controversa história de dois amigos nascidos em classes sociais muito diferentes. O personagem principal, Ramza, é o filho mais novo da nobre família Beoulve que, devido às jogadas do destino e às manipulações de seus irmãos mais velhos, abandona seu título de nobre e resolve trilhar seu caminho com suas próprias forças, emprestando sua espada a qualquer causa que considere justa. Seu amigo Delita é um camponês que, apesar de criado junto aos Beoulves, não tem sangue nobre e, por isso, é considerado um cidadão de segunda classe. Após uma grande tragédia, este decide travar uma difícil luta em prol da igualdade entre todos os homens, quer sejam nobres ou não. A relação entre os dois forma a base da história, tendo como palco uma guerra entre dois Duques (os leões do título) e muitas intrigas, contada de maneira brilhante pelo historiador Alazlam na forma de fatos históricos recém-descobertos em Ivalice, com o objetivo de mostrar que Delita, conhecido herói, talvez não fosse o único a merecer destaque, e que Ramza, conhecido herege, talvez não seja exatamente o que dizem.

A versão para o PSP é um remake do original, e não um jogo novo como muitos esperavam. Produzido pelo setor denominado Ivalice Alliance da Square Enix (que lida com todos os produtos relacionados ao crescente mundo de Ivalice, como FFT, FFTA, FFTA2, FFXII e FFXII: Revenant Wings), ele contém muito material extra como novas fases, novos eventos, classes diferentes, vídeos que não existiam na versão original, um melhor equilíbrio entre as diversas habilidades dos personagens (mas ainda existem várias delas que permaneceram desequilibradas) e uma tela com visualização maior (uma vez que o PSP tem uma tela no estilo widescreen), que foi realmente expandida para conter mais informações, e não apenas esticada. Além de tantos extras, houve revisão do script do jogo, que continha muitos erros de tradução que dificultavam o entendimento da história (que por si só já é bem complicada), permitindo aos fãs deste lado do mundo aproveitar melhor a experiência.

Por ser um game de estratégia, a jogabilidade de FFT tem grande destaque, e o brilhantismo de sua execução é o principal motivo pelo qual ele vem sendo jogado até hoje, mesmo após quase uma década de seu lançamento. A tela é visualizada isometricamente, tendo cenários 3D misturados a personagens pixelados em 2D, no melhor estilo dos RPGs japoneses. As fases são todas marcadas com um mapa quadriculado, visível apenas quando algum personagem vai realizar uma ação, e que define distância, mobilidade e alcance dos ataques.

Existem dois tipos de personagens que podem ingressar no grupo principal: os controlados pelo jogador e os “convidados”, que são controlados pela própria IA, representando personagens únicos que têm papel fundamental na história. Dos controláveis, apenas Ramza é um personagem único, sendo seus companheiros todos aventureiros genéricos que podem ser contratados em qualquer cidade. Ainda estes se dividem em humanos e monstros. Os humanos podem adotar diferentes profissões ou classes de personagem, cada qual com uma configuração específica de habilidades especiais adquiridas com pontos ganhos durante as batalhas. Os monstros já nascem com certas habilidades específicas e só ficam mais poderosos com o acúmulo de experiência entre as batalhas, sem a possibilidade de adquirirem novas capacidades como os humanos.

As batalhas acontecem em turnos, nos quais cada personagem e cada tipo de ação diferente possuem uma velocidade específica, e é a soma destes fatores que define a ordem na qual eles irão agir. Várias habilidades mais poderosas demoram muito para serem executadas, e isso faz com que seus usuários demorem mais para agir, porém com resultados devastadores que compensam isso. Habilidades mais simples são mais ágeis, e permitem que seus usuários realizem maior número de ações. O equilíbrio entre elas está excelente, ponto que mereceu especial atenção dos programadores, e todas as profissões possuem várias habilidades úteis conforme o tipo de estratégia de cada jogador. Os cenários também afetam os resultados, sendo que os personagens podem estar em diferentes altitudes, o que dificulta a mira de alguns ataques ou e o alcance de outros, além de existirem diferentes tipos de terrenos que podem ser mais fáceis ou mais difíceis de cruzar, armadilhas espalhadas (nas quais tanto o jogador quanto o computador podem cair) e até mesmo o funcionamento de alguns poderes de certas classes é diferente dependendo do terreno ocupado.

Os combates dividem espaço com o gerenciamento dos personagens, outra parte fundamental do jogo. Existem mais de vinte diferentes profissões, cada qual com suas próprias habilidades especiais ativas, passivas (que estão sempre em uso), reativas (só são ativadas sob certas circunstâncias, como contra-ataques) e de movimento. Durante as batalhas, os lutadores se desenvolvem com o acúmulo de pontos de experiência, que os permitem subir de níveis e tornarem-se mais poderosos, além de pontos de profissão, que lhes dão acesso ao aprendizado de novas capacidades, técnicas e magias. Como é possível pertencer a uma classe e usar habilidades de outras, as combinações possíveis são inúmeras, e esta customização é um dos aspectos mais divertidos do jogo. Cada jogador pode elaborar equipes que condizem com seu estilo de jogo, quer seja ele rápido e violento, ou mais lento e estratégico, adotando em suas unidades habilidades que permitem causar maiores danos, estados negativos aos inimigos, ou a melhoria das habilidades de seus companheiros.

Como se não bastasse, existe uma lista muito extensa de equipamentos que alteram as características dos combatentes, aumentando seus pontos de vida, pontos de magia, deslocamento, dano, precisão, defesa, além de armas alinhadas a um elemento (dentre três: fogo, gelo e eletricidade) e que causam maiores danos a inimigos vulneráveis àquele. Outras tantas armas melhoram habilidades especiais de certas classes ou causam diversos efeitos nos inimigos, como cegueira (diminuindo sua precisão), mudez (impedindo que usem magias), envenenamento, paralisia, etc.

Tutoriais especiais que podem ser acessados a qualquer momento no menu inicial ou no mapa do mundo esclarecem os pormenores das regras e do funcionamento dos combates. Os mais detalhistas ficarão satisfeitos em saber que podem manipular coisas mínimas como a quantidade de dano causado por certa habilidade ou a probabilidade de ela afetar um inimigo ao conhecer os valores dos stats de cada personagem e como eles interagem entre si. Os menos detalhistas ficarão contentes também em saber que podem aproveitar o jogo sem tanta preocupação.

Um dos pontos mais fortes de FFT é a maneira suave com a qual ele mescla esta grande quantidade de elementos, fato que poucos conseguiram repetir ao longo dos anos, além da maneira personalizada pela qual se dá a evolução dos personagens, rivalizando clássicos como Pokémon.

A Guerra dos Leões

Em termos gráficos, FFT está idêntico ao original, exceto pela tela estar mais alongada e, com isso, ser possível ver uma área maior nos campos de batalha. Os efeitos especiais estão todos em 3D, mas, por algum motivo, resultam em um desagradável slowdown no jogo quando disparados, causando certa irritação a princípio, mas é possível se acostumar e ignorar este fato depois de um tempo. Os personagens são bastante diferentes entre si, modelados em 2D em uma visão isométrica, e todas as classe e equipamentos contam com suas próprias imagens, num nível de detalhamento surpreendente. Em alguns momentos a história era contada através do diálogo e interação dos personagens na mesma visão das batalhas, mas várias destas cenas foram substituídas por belas animações no estilo anime, com ótima dublagem e seguindo um padrão que combina totalmente com a arte prévia do jogo.

A trilha sonora é envolvente, como em todos os jogos da série, e composta por grandes nomes que elaboraram muitas faixas épicas que são difíceis de esquecer. Cada momento do jogo é acompanhado por uma música que define a emoção da cena, seja ela triste, violenta, feliz ou com grande significado, colocando o jogador no clima certo para absorver aquela parte da história. Os efeitos sonoros são muito bons, e todos reproduzidos fielmente da versão para PSX, pecando apenas nos momentos em que não acompanham os slowdowns, deixando som e imagem fora de sincronia.

Os controles são simples e tudo no jogo é feito a partir da navegação de menus que definem as ações de cada unidade no campo de batalha (como atacar, mover-se e usar poderes especiais) ou as opções quando no mapa do mundo (como salvar e carregar o jogo, gerenciar o grupo de personagens, adentrar tavernas para ouvir os últimos rumores, comprar novos equipamentos e contratar mão de obra para a equipe). Com interfaces rápidas e intuitivas, o aprendizado do jogo é bem rápido, mesmo para os que gostam de pular os tutoriais.

Diferente da versão para PSX, War of the Lions conta com dois modos para multiplayer: um cooperativo e outro competitivo. No modo cooperativo, ambos os jogadores unem suas equipes para sobrepujar desafios maiores que os normais, compartilhando lucros e perdas, e especialmente itens especiais que não podem ser conseguidos de outra maneira. O modo competitivo é o oposto do anterior, com cada jogador utilizando sua equipe para derrotar o time adversário em uma batalha que pode ou não ter regras, e esta é uma das mais interessantes novidades, aproximando a proposta do jogo à de tantos outros títulos do gênero, que quase sempre envolvem disputas multiplayer.

As novas fases estão caprichadas, e apenas os fãs mais ardorosos conseguirão perceber onde elas foram encaixadas, tamanha a competência de sua elaboração. As novas classes adicionam habilidades antes disponíveis apenas para convidados que não eram controlados pelos jogadores, mas desejadas por todos eles. Enfim, houve bastante conteúdo original inserido no pacote, e a competência da produção tornaram um clássico em um título impecável.

Conclusão: 8/10

O Veredicto: FFT é um clássico da era Playstation, e todos os jogos do mesmo estilo que vieram depois buscaram nele alguma inspiração. Com uma jogabilidade simples, porém profunda, muitas opções diferentes, extrema personalização dos personagens e batalhas inteligentes, Tactics é possivelmente o melhor remake feito para o PSP. Os modos multiplayer ampliam ainda mais as muitas horas gastas com a campanha principal, e os jogadores mais competitivos vão perder muitas cargas de bateria treinando seus guerreiros para superar seus adversários. Enfim, tantas novidades jogam um sopro de ar fresco no título, permitindo que ele tenha ainda muitos anos de glória.

Prós:

- História envolvente;
- Evolução dos personagens permite elevado grau de customização;
- Sistema de batalhas bem desenvolvido e desafiador.

Contras:

- Slowdowns irritantes quando ocorrem efeitos especiais;
- Multiplayer pode ficar desequilibrado devido ao balanço imperfeito entre algumas habilidades especiais.
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