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[Análise] Castlevania: The Dracula X Chronicles

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Mensagem por Hickmorais Sex 18 Abr 2008, 17:30

Distribuidor: Konami
Programador: Konami
Categoria: Ação/2D
Data da Análise: 07/11/2007
Autor: Tiago Marinho - Outer Space

Atualmente, os portáteis PSP e Nintendo DS encontraram um nicho interessante: o remake de jogos clássicos que nunca foram lançados fora do Japão; e Dracula X – Rondo of Blood é uma destas pérolas que os jogadores ocidentais aguardavam há mais de uma década, já que era um dos poucos jogos da série Castlevania que não havia sido publicado em inglês. Rondo não foi só traduzido, mas refeito com novos gráficos e efeitos tridimensionais, além de vir muito bem acompanhado por outro título que redefiniu a série como uma mistura de ação em plataformas com elementos de RPG e exploração constante de enormes ambientes: Symphony of the Night.

Rondo of Blood

Como não poderia deixar de ser, o personagem principal do jogo pertence à famosa família Belmont, berço dos mais poderosos caçadores de vampiros do mundo, que é mais uma vez forçada a confrontar seu inimigo milenar: ninguém menos que o Conde Drácula, despertado por um ritual macabro realizado por homens mesquinhos que desejavam a vida eterna que apenas o poderoso vampiro poderia conceder. Tendo sua noiva Annete raptada pelos vilões, Richter é obrigado a cruzar nove níveis que se passam em vilas, cemitérios, pântanos e esgotos, enfrentando toda sorte de criaturas das trevas até alcançar Castlevania, o castelo maldito de Drácula, e desafia-lo para um combate mortal.

Além de Richter, é possível jogar com Maria Renard, a irmã mais nova da noiva do herói. A garota é mais rápida e capaz de efetuar pulos maiores que Belmont, porém seus ataques são mais fracos e seu corpo é bem frágil, caindo perante os inimigos após receber poucos ataques. Estranhamente, mesmo com esta enorme desvantagem, é mais fácil terminar o jogo com ela do que com o protagonista principal, pois sua agilidade permite um melhor deslocamento e posicionamento durante as fases, evitando perigos e inimigos no caminho. Richter ataca seus inimigos com um chicote chamado Vampire Killer, uma relíquia da família Belmont, e também com algumas armas menores colhidas nos estágios, como facas de arremesso, cruzes com um efeito bumerangue, água benta que queima uma área, dentre outras, e todas ainda têm a capacidade de disparar um ataque especial que ocupa a tela inteira, destruindo todos os inimigos ao redor e causando grandes danos aos chefes finais.

Na jogabilidade, Dracula X é um clássico jogo de plataforma do início da década de 90, que depende da habilidade do jogador em executar pulos bem calculados e ataques precisos para ser finalizado, e no qual cada estágio apresenta muitas armadilhas, escadas e perigos, como lustres que caem, plataformas instáveis, areia movediça, fogo e dezenas de inimigos que não apenas causam dano a Richter, como também o empurram contra outros inimigos ou áreas perigosas. Pouco da jogabilidade original foi alterada, o que causa certo desconforto, uma vez que o personagem é bastante lento e possui movimentos muito duros, exatamente como na era 16-bits. Ele também não recebeu novas habilidades (além de parecer bonitão em 3D) e, com isso, o jogo parece velho e ultrapassado mesmo com a roupagem mais atual, e não faltarão momentos de frustração enquanto o jogador assiste ao protagonista caindo morto pela enésima vez na água (esses caras caçam vampiros com chicotes, mas não aprendem a nadar?!) devido a um passo dado a menos antes da execução de um salto. Isso sem mencionar as escadas que são intangíveis a menos que se pressione o direcional para cima, o que cria situações nas quais o herói cai, passa direto pela escada e acaba parando em um poço de almas perdidas que levam uma vida consigo.

Com a animação dos personagens falha, as fases roubam a cena, esbanjando criatividade em seu design, tanto na mistura dos elementos de cenário com inimigos, cuja sinergia cria desafios interessantes, quanto no visual de cada área, recheado de detalhes e movimentos, como janelas nas quais ao longe é possível ver monstros caminhando ou nuvens escuras em constante movimento. Outro fato que chama a atenção para elas é que, no jogo original, existia uma linearidade que não tem mais espaço hoje em dia, o que forçou a Konami a criar caminhos diferentes espalhados pelos estágios que não apenas dão acesso a diferentes áreas dentro deles, como também guiam a novas fases, dividindo as partidas em lineares, caso o jogador deseje apenas seguir em frente e ver o final de Rondo; e não-lineares, com a exploração destes estágios inteiramente novos que contam com surpresas como músicas para serem ouvidas no teste de som ou a habilitação da versão original de Dracula X e de Symphony of the Night, que de outra forma são inacessíveis (e recompensas suficientes para justificar muitas horas de replay).

As fases são encerradas por combates contra enormes chefes que representam algum monstro clássico, como um dragão, um esqueleto gigante, a Morte, um minotauro e tantas outras bestas perigosas, que demandam não apenas habilidade com os controles, como também astúcia para descobrir a melhor estratégia para derrotá-los. Assim como as fases, seu design foi de extremo bom gosto, tanto em termos de desenho e animação (impecáveis), quanto em dificuldade. O jogo conta com um modo chamado de Boss Rush que permite uma revanche contra qualquer chefe já derrotado, inclusive com a participação cooperativa de outro jogador através de conexão local.

Os inimigos derrotados não são os únicos desafios de Dracula X Chronicles. Durante a jornada, os heróis podem resgatar donzelas em perigo que lhes concedem o poder de destruírem algumas colunas específicas (vermelhas ou amarelas), permitindo o acesso a novas áreas e extras. As pobres moças estão espalhadas em locais escondidos e de difícil acesso, e localizá-las é um desafio à parte que aumenta o tempo de jogo. É interessante também procurar por todos os extras escondidos nas fases, e completar sua coleção demanda muito tempo e paciência.

Uma vez finalizado, é possível recomeçar Rondo of Blood a partir de qualquer fase, com o uso de qualquer um dos personagens – uma função interessante para aqueles que querem explorar todas as passagens secretas sem precisarem passar por estágios anteriores, ou que apenas queiram revisitar algum local para colher itens que tenham deixado para trás (principalmente aqueles que desbloqueiam extras).

Além do remake de Rondo of Blood, Dracula X Chronicles traz a versão original do título, com gráficos e sons do PC Engine, para aumentar o saudosismo de uma época mais inocente dos videogames. É interessante notar que houve muitas mudanças entre as versões, tanto no design quanto na quantidade das fases, mas a essência do jogo se manteve intacta. Para fechar o pacote com chave de ouro, foi acrescentado ainda Symphony of the Night, que continuava a história iniciada em Rondo of Blood e alterou para sempre a jogabilidade de Castlevania, transformando-a em um misto de exploração com RPG em 2D, além de ter como personagem principal o famigerado Alucard, filho do Conde Drácula e também seu inimigo ferrenho. SoN não foi refeito como RoB, apenas convertido para o PSP a partir da versão PSX, com a remasterização da trilha sonora e alguns ajustes na tradução do script. Estes dois jogos não são inicialmente selecionáveis, sendo necessário cumprir certos objetivos em fases secretas de Rondo of Blood para desbloqueá-los.

X Crônicas

Dracula X Chronicles conta com excelentes gráficos tridimensionais, tanto durante as fases, exibindo muitos detalhes dos personagens na tela e cenários bem elaborados, quanto nos CGs de alta qualidade que antecedem grandes eventos. As animações são fluidas apesar de os personagens passarem a impressão de serem um pouco duros devido ao estilo adotado de jogabilidade, que ficou um tanto incompatível com a cara de novidade de RoB.

A trilha sonora tem a assinatura de Yamane Michiru, que compôs também as faixas de Symphony of the Night. As composições passam o clima gótico e ao mesmo tempo heróico do jogo, misturando músicas pesadas e depressivas com temas mais agitados, principalmente nas lutas contra os chefes. Os efeitos sonoros são bem pouco criativos, mas marcam a ação de maneira adequada, sem chamar a atenção, o que parece ter sido feito de propósito, uma vez que houve bastante alarde para as composições de Yamane.

Os controles são simples e intuitivos, mas a execução dos movimentos pode ser frustrante em vários momentos, já que as distâncias entre as plataformas são difíceis de medir num primeiro momento, assim como o surgimento de inimigos na tela pode impedir a finalização de um salto ou interrompe-lo, com efeitos incômodos ou fatais para o protagonista. Muita tentativa e erro são as soluções para conseguir avançar, e a dificuldade do jogo é bastante elevada, recomendada apenas para os mais pacientes, especialmente em seus momentos finais.

Além de ser um remake tão aguardado, este Castlevania vem mostrar que existe público para os jogos de plataformas em duas dimensões, estilo que dominou a geração dos 16-bits, e que ainda tem muito a oferecer, despontando com sucesso em outros jogos como Ultimate Ghosts’n’Goblins, também para PSP nesta era de primeira e terceira pessoas.

Conclusão: 7/10

O Veredicto: Castlevania: the Dracula X Chronicles é um jogo de boa qualidade, especialmente para os que buscam uma experiência mais old school, mas ficaram acostumados com a qualidade dos jogos de hoje em dia. Por si só, já valeria pelo menos uma olhada, mas a presença de Symphony of the Night, considerado até hoje como detentor dos mais belos gráficos 2D, torna este UMD uma boa opção de compra para quem curte o estilo.

Prós:

- Fases bem elaboradas;
- Batalhas contra chefes impressionantes;
- Muitos extras;
- Symphony of the Night!

Contras:

- Jogabilidade não foi atualizada junto dos gráficos e sons;
- Dificuldade elevada torna certos pontos frustrantes.
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