[Análise] Grand Theft Auto: Liberty City Stories
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[Análise] Grand Theft Auto: Liberty City Stories
Distribuidor: Take Two Interactive
Programador: Rockstar Games
Categoria: Ação/Aventura
Data da Análise: 03/11/2005
Autor: Bruno Abreu - Outer Space
Se o desempenho do PSP atualmente está sendo comprometido pela falta de jogos originais e de um “killer-app” capaz de alavancar suas vendas, o lançamento de um Grand Theft Auto exclusivo para o portátil serve para resolver metade dos problemas.
Liberty City Stories não é a solução para a falta de originalidade no PSP, mas é exatamente na sua equivalência com o Grand Theft Auto 3 do Playstation 2 que está a melhor surpresa e o potencial para vender PSPs. O jogo é uma reprodução perfeita de todos os elementos que fizeram a fama da série: dos diálogos bem escritos e engraçados à jogabilidade aberta. Este é GTA 3,5 na tela pequena.
Flashback FM
Liberty City Stories acontece em 1998, três anos antes dos eventos de GTA 3. A cidade, eleita pela nona vez o pior lugar para se viver na América (de acordo com o manual do jogo) é aquela mesma de GTA 3, com algumas pequenas mudanças. A pracinha, ponto número um para o meretrício no episódio de PS2, por exemplo, ainda está em construção e cercada por tapumes.
Alguns rostos familiares também serão reencontrados, a começar pelo protagonista: Toni Cipriani, o mafioso dublado por Michael Madsen no original, que está de volta à cidade depois de matar um homem poderoso. Como em qualquer GTA, nosso personagem está por baixo, e terá que reconquistar seu espaço enfrentando assassinos, gangues de traficantes, magnatas imorais, políticos corruptos e até sua própria mãe. Bola Oito, Salvatore Leone (dublado por Frank Vincent de Cassino e Os Bons Companheiros), a DJ Andy da Lips 106 e outras figuras voltam com seus papéis inalterados.
Uma volta de carro pelas ruas das regiões de St. Marks e Red Light District também traz boas lembranças da primeira grande experiência de GTA em 3D, e mostra que Liberty City é realmente a pior cidade da América. E uma das mais divertidas também. Mérito não apenas do design das ruas, becos e construções, mas do tipo de gente que habita este lugar decadente e que inspira grande parte das missões do jogo.
Liberty City pertence aos traficantes, prostitutas e seus cafetões. Sexo e drogas são o motor da cidade, e Toni Cipriani não é um herói que irá mudar a situação, mas mais um sujeito afim de ganhar uma graninha e curtir um programinha básico no fim do dia.
As missões são muitas vezes hilárias. Duas envolvendo o dono da delicatessen local, Giovanni Casa, ilustram bem o quão politicamente incorreto é este GTA. (salte este e o próximo parágrafo caso queira evitar spoilers leves da história). Na primeira delas, temos que provar para a “Mamma” de Cipriani que Casa é apenas mais um gordo devasso e não o grande homem que ela pensa. O objetivo é flagrá-lo comendo uma putinha qualquer, então vamos para a porta de sua loja no final do dia para ver onde ele vai se divertir no final do expediente. Casa dirige sua mini-van por algumas ruas, pega duas prostitutas e vai para uma estrada deserta qualquer. É aí que as coisas ficam interessantes. Casa se veste de bebê, com fralda e bico na boca, e diz para as putas: “Quem vai ser a mamãe?”. A missão se completa com um clique de câmera e o registro daquele papelão.
Mas o destino reserva algo ainda mais tragicômico para Casa. Acusado de não pagar o dinheiro de proteção à máfia, Cipriani o leva a um açougue, o mata a machadadas e faz salsicha com sua carne para depois vendê-la na própria delicatessen.
As missões de Liberty City Stories são ótimas pelo humor, mas não tanto pela concepção e originalidade. Parecem mesmo uma extensão daquelas de GTA3: curtas, simples e bem mais focadas em carros que no tiroteio a pé, e sem o estilo épico de certos momentos de San Andreas. Até certo ponto o estilo é justificável, afinal foram feitas pensando nas necessidades de diversão rápida dos jogos para portáteis. Mas há também um nítido esgotamento das idéias para a Rockstar. Você não vai fazer nada em Liberty City Stories que não tenha já feito várias vezes nos outros jogos da série. Servir de chofer para prostitutas, disputar corridas no centro da cidade, explodir um carro bomba no restaurante de uma gangue inimiga, nada parecerá novidade para quem já jogou os três exemplares anteriores da série.
A repetição pelo menos é impecável, e a Rockstar não deixou nada de fora simplesmente por se tratar de um jogo para portátil. A durabilidade, os extras, como missões de bombeiro e chofer, as rádios, comerciais, talk shows e a trilha sonora espetacular, marcas registradas da série, estão intactas nesta versão. Liberty City Stories é um GTA de verdade, um dos mais engraçados, muito bem produzido e em pé de igualdade com GTA3 e Vice City (San Andreas ainda é hours concours).
Duas diferenças básicas em relação ao GTA3: as motos existem (em GTA3 foram banidas pelo A.R.S.E., uma associação contra motos e bicicletas em nome da segurança) e, pela primeira vez na série, há um modo multiplayer, funcionando por conexão direta entre até seis PSPs.
São sete modos multiplayer: Liberty City Survival é o death-match básico, cada um por si; já Protection Racket consiste em destruir quatro limusines do adversário no menor tempo possível, com cada jogador/time assumindo o papel de defender e atacar em turnos separados; Get Stretch é o rouba bandeira, só que no lugar da bandeira, rouba-se um carro; Tanks for the Memories, um dos mais divertidos, coloca todos contra um tanque de guerra e quem destruí-lo ou fizer o maior dano possível vence; The Hit List marca um jogador como o alvo da vez, e quem elimina-lo primeiro vence o round; Street Rage é a versão multilplayer da corrida com checkpoints; e finalmente, em The Wedding List o objetivo é levar o maior número de carros possível, e nas melhores condições possíveis, para uma garagem no porto.
On fire
Do ponto de vista técnico pelo menos, a semelhança de Liberty City Stories com os jogos do Playstation 2 é algo incrível. Não que seja raro ver um jogo de PSP parecido com seu equivalente de PS2, mas no caso de GTA o padrão a ser atingido é bem mais alto.
Há alguma simplificação aqui e acolá, e a taxa de quadros por segundo, apesar de boa, pode ser irregular em algumas situações, mas no geral, dirigir pela mesma Liberty City de antes, enorme, com cada som e detalhe, com a mesma física para os veículos e sem pausas de carregamento é algo impressionante.
O controle também foi muito bem adaptado ao menor número de botões do portátil. A movimentação essencial é feita pelo stick analógico, e funciona muito bem apesar de parecer muito sensível quando se pilota motos e certos carros. A câmera, movimentada por uma combinação do botão L1 com o stick analógico, é um grande complicador entretanto, principalmente nos momentos onde Cipriani está a pé e precisa visualizar o próximo alvo numa fração de segundos.
Conclusão: 9/10
O Veredicto: Liberty City Stories pode ser visto de duas maneiras: uma delas é como uma repetição de tudo o que foi visto em GTA3, com exceção do inédito modo multiplayer. Pela outra, é uma execução praticamente perfeita de um dos melhores jogos de um console grande na tela de um portátil. Recomendado para quem não se cansa de GTA ou para os que querem babar pelo PSP.
Prós:
+ GTA3 no seu bolso, com todos os detalhes;
+ Hilário como sempre;
+ Trilha sonora excelente;
+ Longo como os jogos do PS2;
+ Modo multiplayer inédito.
Contras:
- Repetição total de GTA3;
- Controle complicado da câmera;
- Potencialmente frustrante como todo GTA.
Programador: Rockstar Games
Categoria: Ação/Aventura
Data da Análise: 03/11/2005
Autor: Bruno Abreu - Outer Space
Se o desempenho do PSP atualmente está sendo comprometido pela falta de jogos originais e de um “killer-app” capaz de alavancar suas vendas, o lançamento de um Grand Theft Auto exclusivo para o portátil serve para resolver metade dos problemas.
Liberty City Stories não é a solução para a falta de originalidade no PSP, mas é exatamente na sua equivalência com o Grand Theft Auto 3 do Playstation 2 que está a melhor surpresa e o potencial para vender PSPs. O jogo é uma reprodução perfeita de todos os elementos que fizeram a fama da série: dos diálogos bem escritos e engraçados à jogabilidade aberta. Este é GTA 3,5 na tela pequena.
Flashback FM
Liberty City Stories acontece em 1998, três anos antes dos eventos de GTA 3. A cidade, eleita pela nona vez o pior lugar para se viver na América (de acordo com o manual do jogo) é aquela mesma de GTA 3, com algumas pequenas mudanças. A pracinha, ponto número um para o meretrício no episódio de PS2, por exemplo, ainda está em construção e cercada por tapumes.
Alguns rostos familiares também serão reencontrados, a começar pelo protagonista: Toni Cipriani, o mafioso dublado por Michael Madsen no original, que está de volta à cidade depois de matar um homem poderoso. Como em qualquer GTA, nosso personagem está por baixo, e terá que reconquistar seu espaço enfrentando assassinos, gangues de traficantes, magnatas imorais, políticos corruptos e até sua própria mãe. Bola Oito, Salvatore Leone (dublado por Frank Vincent de Cassino e Os Bons Companheiros), a DJ Andy da Lips 106 e outras figuras voltam com seus papéis inalterados.
Uma volta de carro pelas ruas das regiões de St. Marks e Red Light District também traz boas lembranças da primeira grande experiência de GTA em 3D, e mostra que Liberty City é realmente a pior cidade da América. E uma das mais divertidas também. Mérito não apenas do design das ruas, becos e construções, mas do tipo de gente que habita este lugar decadente e que inspira grande parte das missões do jogo.
Liberty City pertence aos traficantes, prostitutas e seus cafetões. Sexo e drogas são o motor da cidade, e Toni Cipriani não é um herói que irá mudar a situação, mas mais um sujeito afim de ganhar uma graninha e curtir um programinha básico no fim do dia.
As missões são muitas vezes hilárias. Duas envolvendo o dono da delicatessen local, Giovanni Casa, ilustram bem o quão politicamente incorreto é este GTA. (salte este e o próximo parágrafo caso queira evitar spoilers leves da história). Na primeira delas, temos que provar para a “Mamma” de Cipriani que Casa é apenas mais um gordo devasso e não o grande homem que ela pensa. O objetivo é flagrá-lo comendo uma putinha qualquer, então vamos para a porta de sua loja no final do dia para ver onde ele vai se divertir no final do expediente. Casa dirige sua mini-van por algumas ruas, pega duas prostitutas e vai para uma estrada deserta qualquer. É aí que as coisas ficam interessantes. Casa se veste de bebê, com fralda e bico na boca, e diz para as putas: “Quem vai ser a mamãe?”. A missão se completa com um clique de câmera e o registro daquele papelão.
Mas o destino reserva algo ainda mais tragicômico para Casa. Acusado de não pagar o dinheiro de proteção à máfia, Cipriani o leva a um açougue, o mata a machadadas e faz salsicha com sua carne para depois vendê-la na própria delicatessen.
As missões de Liberty City Stories são ótimas pelo humor, mas não tanto pela concepção e originalidade. Parecem mesmo uma extensão daquelas de GTA3: curtas, simples e bem mais focadas em carros que no tiroteio a pé, e sem o estilo épico de certos momentos de San Andreas. Até certo ponto o estilo é justificável, afinal foram feitas pensando nas necessidades de diversão rápida dos jogos para portáteis. Mas há também um nítido esgotamento das idéias para a Rockstar. Você não vai fazer nada em Liberty City Stories que não tenha já feito várias vezes nos outros jogos da série. Servir de chofer para prostitutas, disputar corridas no centro da cidade, explodir um carro bomba no restaurante de uma gangue inimiga, nada parecerá novidade para quem já jogou os três exemplares anteriores da série.
A repetição pelo menos é impecável, e a Rockstar não deixou nada de fora simplesmente por se tratar de um jogo para portátil. A durabilidade, os extras, como missões de bombeiro e chofer, as rádios, comerciais, talk shows e a trilha sonora espetacular, marcas registradas da série, estão intactas nesta versão. Liberty City Stories é um GTA de verdade, um dos mais engraçados, muito bem produzido e em pé de igualdade com GTA3 e Vice City (San Andreas ainda é hours concours).
Duas diferenças básicas em relação ao GTA3: as motos existem (em GTA3 foram banidas pelo A.R.S.E., uma associação contra motos e bicicletas em nome da segurança) e, pela primeira vez na série, há um modo multiplayer, funcionando por conexão direta entre até seis PSPs.
São sete modos multiplayer: Liberty City Survival é o death-match básico, cada um por si; já Protection Racket consiste em destruir quatro limusines do adversário no menor tempo possível, com cada jogador/time assumindo o papel de defender e atacar em turnos separados; Get Stretch é o rouba bandeira, só que no lugar da bandeira, rouba-se um carro; Tanks for the Memories, um dos mais divertidos, coloca todos contra um tanque de guerra e quem destruí-lo ou fizer o maior dano possível vence; The Hit List marca um jogador como o alvo da vez, e quem elimina-lo primeiro vence o round; Street Rage é a versão multilplayer da corrida com checkpoints; e finalmente, em The Wedding List o objetivo é levar o maior número de carros possível, e nas melhores condições possíveis, para uma garagem no porto.
On fire
Do ponto de vista técnico pelo menos, a semelhança de Liberty City Stories com os jogos do Playstation 2 é algo incrível. Não que seja raro ver um jogo de PSP parecido com seu equivalente de PS2, mas no caso de GTA o padrão a ser atingido é bem mais alto.
Há alguma simplificação aqui e acolá, e a taxa de quadros por segundo, apesar de boa, pode ser irregular em algumas situações, mas no geral, dirigir pela mesma Liberty City de antes, enorme, com cada som e detalhe, com a mesma física para os veículos e sem pausas de carregamento é algo impressionante.
O controle também foi muito bem adaptado ao menor número de botões do portátil. A movimentação essencial é feita pelo stick analógico, e funciona muito bem apesar de parecer muito sensível quando se pilota motos e certos carros. A câmera, movimentada por uma combinação do botão L1 com o stick analógico, é um grande complicador entretanto, principalmente nos momentos onde Cipriani está a pé e precisa visualizar o próximo alvo numa fração de segundos.
Conclusão: 9/10
O Veredicto: Liberty City Stories pode ser visto de duas maneiras: uma delas é como uma repetição de tudo o que foi visto em GTA3, com exceção do inédito modo multiplayer. Pela outra, é uma execução praticamente perfeita de um dos melhores jogos de um console grande na tela de um portátil. Recomendado para quem não se cansa de GTA ou para os que querem babar pelo PSP.
Prós:
+ GTA3 no seu bolso, com todos os detalhes;
+ Hilário como sempre;
+ Trilha sonora excelente;
+ Longo como os jogos do PS2;
+ Modo multiplayer inédito.
Contras:
- Repetição total de GTA3;
- Controle complicado da câmera;
- Potencialmente frustrante como todo GTA.
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