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[Análise] Jeanne d'Arc

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Mensagem por Hickmorais Sex 18 Abr 2008, 17:34

Distribuidor: Sony
Programador: Level 5
Categoria: Estratégia/RPG
Data da Análise: 28/08/2007
Autor: Tiago Marinho - Outer Space

Enquanto todos aguardam ansiosamente pela conversão de Final Fantasy Tactics para o PSP, a Level 5 se antecipa com o lançamento de Jeanne D’Arc, jogo de estratégia baseado em turnos com elementos de RPG muito similar a FFT, mas com interessantes novidades no sistema de desenvolvimento de personagens e de combate para se diferenciar de seu antecessor.

Joana D’Arc

O nome não é apenas similar; Jeanne D’Arc reconta de uma maneira deliciosamente fantasiosa o mito de Joana D’Arc, guerreira francesa que liderou seus compatriotas em uma guerra contra os ingleses, acreditando ser guiada diretamente por Deus. No jogo para o PSP, a história é um pouco diferente: no passado, houve uma guerra entre humanos e demônios que custou muitas vidas, e que se encerrou com o aprisionamento do rei dos Demônios por cinco heróis dotados de braceletes místicos. Anos mais tarde, um dos heróis liberta o rei dos demônios para que este possua o príncipe da Inglaterra e liberte novamente seus lacaios no nosso mundo, em uma nova tentativa de dominá-lo. Pouco depois Jeanne, a protagonista, encontra um bracelete que lhe concede fantásticos poderes (e que também a permite “conversar com Deus”) enquanto sua vila é atacada pelos Ingleses e sua horda de demônios. Com muito ódio no coração e guiada pelo bracelete, ela inicia uma campanha pela França com o intuito de expulsar os ingleses e acabar com os demônios, durante a qual encontra muitas pessoas que acreditam ou duvidam de sua capacidade de falar com Deus.

O jogo consiste em batalhas disputadas por turnos, entre as quais existem cenas de animação e visitas a lojas em diversas cidades para equipar os personagens. O sistema de combate é muito similar ao de FFT: os personagens são distribuídos em um cenário 3D no qual existe um grid de batalha quadriculado dentro do qual se movimentam e atacam unidades adjacentes (ou um pouco mais distantes, de acordo com a arma equipada e os poderes especiais de cada personagem). O jogador realiza seu turno, durante o qual pode mover todas as suas unidades, e assim que termina, é a vez do computador, que faz o mesmo. Em princípio, tudo é muito simples, e cada unidade representa um personagem com nome, personalidade e estatísticas próprias, sem a presença dos soldados genéricos que costumam surgir em jogos de estratégia.

Algumas mecânicas interessantes tornam o combate mais fluido, especialmente as “burning auras”, geradas adjacentes ao inimigo após um ataque bem sucedido, do lado oposto ao atacado. Se um aliado atacar o mesmo inimigo, ou outro inimigo próximo, enquanto estiver em cima de uma “burning aura”, seu poder é aumentado, criando interessantes combos e movimentação dinâmica. Outro fator interessante é o contra-ataque, sempre automático quando uma unidade é atacada, exigindo maior planejamento de cada movimento. Como a defesa de um personagem aumenta quando vários de seus aliados estão próximos e em certas formações, também é importante saber quando e como atacar os adversários mais poderosos.
As estatísticas dos personagens são afetadas pelos seus níveis (alcançados pelo acúmulo de pontos de experiência ganhos durante os combates), pelos seus equipamentos (comprados em lojas ou ganhos como recompensa durante a campanha) e por suas skills, que são equipadas como armas e armaduras e vêm em enorme variedade. Cada personagem tem aptidão para o uso de certas armas, e cada uma delas possui características bem diferenciadas como, por exemplo, lanças que podem atacar inimigos mais distantes e adagas que possuem uma precisão tão alta que quase sempre geram ataques críticos. Cada tipo de arma permite equipar skills específicas, que são habilidades especiais e magias, dentre as quais se encontram curas, ataques de fogo e outros elementos, envenenamento, capacidade de agir mais vezes por turno, críticos assassinos e vários efeitos para diminuir o poder do adversário ou aumentar o poder de Jeanne e seus companheiros. A combinação certa de skills é a chave para a vitória. Além disso, cada skill vem de uma pedra específica, equipada ao personagem, e o jogo permite uma combinação dessas pedras para que se formem novas skills, pegando o bonde dos itens colecionáveis que parece obrigatório atualmente.

Para acrescentar ainda mais à sua profundidade, o jogo apresenta um sistema de pareamento de atributos no qual cada personagem pode estar alinhado ao Sol, Lua ou Estrelas. Personagens alinhados com o Sol, por exemplo, são mais fracos contra os alinhados à Lua, porém, mais fortes contra aqueles alinhados às Estrelas. Somando isso à grande variedade de equipamentos e skills, o jogo permite uma enorme personalização de cada membro do grupo e também uma grande quantidade de estratégias diferentes de acordo com o estilo de cada jogador.

Vive La France

Jeanne D’Arc tem uma bela apresentação gráfica, misturando cenas de animação japonesa de excelente qualidade, tanto visual quanto sonora, e gráficos cel-shaded dos personagens miniaturizados em visão isométrica, típica de RPGs. Os cenários são renderizados em 3D, e também são de muito bom gosto, representando de maneira adequada as vilas francesas do século XIV, campos de batalha e palácios onde os combates ocorrem. Os mesmos podem ser girados pelos botões R e L, ou pelo direcional analógico, a qualquer momento para permitir uma melhor visibilidade do local.
As músicas são marcantes, especialmente porque passam o clima da época ao mesmo tempo em que misturam o clássico ao pop, agradando vários gostos e estabelecendo uma temática para a história. Vários personagens são indicados por seus temas, especialmente os inimigos mais poderosos, com trilhas intrigantes e sinistras. Infelizmente, as vozes não seguiram este padrão, e não só muitas delas são destoantes dos personagens, mas também os atores são de segunda categoria, incapazes de expressar as fortes emoções de cada cena. Os efeitos sonoros são de boa qualidade, mas genéricos o suficiente para não merecerem destaque.

Os comandos não têm muitas complicações além de selecionar cada personagem e a ação que o mesmo irá realizar. Já o controle da câmera é simples e ágil, permitindo fácil acesso ao cenário todo. O jogo é um pouco pesado, e os loadings são relativamente incômodos, pois ocorrem com bastante freqüência, mas após o carregamento de cada fase, não há travamentos ou slowdowns.

Enfim, Jeanne D’Arc adiciona ao gênero, recontando um mito de maneira interessante e respeitosa, e trazendo uma jogabilidade interessante e profunda à biblioteca de RPGs do PSP.

Conclusão: 8/10

O Veredicto: Jeanne D’Arc é um excelente jogo que chegou junto de uma leva de bons RPGs como Brave Story e Tales of the World, destacando-se entre eles. Sua jogabilidade fluida, o sistema envolvente de evolução de personagens, os gráficos e a produção caprichada são um conjunto raro de se ver em uma franquia original do PSP. Mesmo com Final Fantasy Tactics saindo logo, este é um RPG que precisa ser experimentado por quem aprecia o gênero.

Prós:

- Jogabilidade simples e ágil, porém profunda;
- Mecânicas inovadoras;
- Personagens carismáticos;
- História interessante.

Contras:

- Muitos loadings acontecendo frequentemente, atrasando o jogo.
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